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Sprint Têxtil: renovação 100% nacional, sustentabilidade aplicada em cada detalhe e uma empresa que faz a diferença

28 de Abril de 2020

A Sprint Têxtil nasceu há 8 anos. Ramificação da Tinturaria e Estamparia Primor (no mercado de beneficiamento de tecidos desde 1948), a Sprint Têxtil sempre foi focada em moda. Se no início atuavam com moda feminina, hoje seu leque de mercado se expande para os segmentos infantil e masculino de vestuário, além do segmento calçadista e de confecção.
Presentes do Inspiramais – Salão de Design e Inovação de Materiais para moda, a Sprint segue novos caminhos no mercado. Uma marca 100% nacional, que busca atuar dentro de parâmetros sustentáveis, aliado com inovação e tecnologia.




Material Sprint Têxtil

 

Como nas palavras de Marília de Camargo Barros, Gerente de vendas divisão moda com gestão do desenvolvimento de produto da Sprint, “acredito que este caminho, onde muitos já seguem, vai crescer cada vez mais, como uma real consciência. A pandemia nos mostra lições importantes com relação a tudo o que deixamos de lado no meio ambiente para a evolução tecnológica. O planeta precisa disso e nós do planeta”.

 

É com ela que o Inspiramais conversou e, entre outras certezas, conferiu: inovação, produção nacional e sustentabilidade são o caminho para a indústria nacional.


INSPIRAMAIS: Fala para nós um pouco sobre a Sprint Têxtil -  vocês estão no mercado desde quando? O início da tecelagem foi no segmento de confecção?

Marília de Camargo Barros: A Sprint Têxtil nasceu há 8 anos como “filha” da Tinturaria e Estamparia Primor que está no mercado de beneficiamento de tecidos desde 1948. No início a Sprint era focada em moda, principalmente em confecção feminina. Com o passar do tempo esse leque de mercado foi se expandindo e hoje atendemos não só a moda feminina como também o segmento infantil e masculino de vestuário e nos aventuramos no segmento calçadista e de decoração.

Nosso know how  (conhecimento) é em estamparia. Ampliamos nos últimos anos as técnicas e hoje trabalhamos não só com estamparia rotativa em pigmento e reativo, como também com digital em sublimação e reativo, além da tinturaria e dos acabamentos especiais que são fruto do expertise (experiência) que temos em beneficiamentos de tecidos.



Que marcas vocês atendem atualmente no segmento de confecção e calçados?

Hoje nós atendemos grandes e pequenas marcas em todo o Brasil. No segmento infantil o destaque está nas grandes empresas desse ramo situadas em Santa Catarina. Já nos segmentos feminino e masculino isso é mais pulverizado e abrange os grandes polos do país.

O calçado ainda é bastante novo para nós. Entramos para esse mercado por nossa participação do Inspiramais, gostamos da experiência e estamos trabalhando para ampliar esse mercado.



A Sprint Textil também faz um trabalho muito diferenciado em estamparia. Como vocês enxergam esta técnica de personalização hoje para o mercado de moda de grandes volumes?

Hoje a estamparia é o que nos move. Atuamos de uma forma bastante exclusiva o que proporciona ao nosso cliente uma experiência única de trabalho. Temos uma equipe de desenhistas trabalhando diariamente para atender a demanda dessa exclusividade, tanto na estamparia rotativa quanto na digital, o que abrange não só os clientes de muito volume, mas também os menores, que dependem de uma maior variedade de estampas.

O mercado de moda tem se moldado aos novos tempos e isso não é de hoje. Há algum tempo sentimos os volumes por estampas diminuírem no mesmo ritmo em que a variedade de estampas aumentou. Isso é um fluxo natural desse novo consumidor que olha para qualidade, exclusividade, longevidade, sustentabilidade e cada vez menos para quantidade. Para nós da Sprint, isso tem vindo como um presente do mercado, uma vez que temos uma equipe qualificada para atender a esse ritmo e estrutura produtiva para esse perfil.



Em relação a processos sustentáveis, o que existe hoje na linha de produção da Sprint?

De uns tempos para cá começamos a sentir a necessidade de olhar para o nosso planeta de uma forma mais próxima. Preocupados com a limitação de recursos naturais e a preservação do planeta, no ano passado lançamos a linha Going Green, produtos pensados de forma a reestruturar o uso das matérias primas e dos recursos naturais em seu fluxo produtivo - tornando o manejo do processo o mais sustentável possível.

Nossa missão com essa “família de tecidos” é agir de maneira sustentável, não somente do ponto de vista ambiental, mas também social e econômico.

Para isso usamos fios de viscose de madeira de reflorestamento (lenzing), algodão com certificação BCI (Better Cotton Initiative - organização sem fins lucrativos com sede em Genebra, Suíça, e que atua para melhorar a produção mundial do algodão) e poliéster reciclado de garrafa pet. Além de cuidar da composição dos tecidos também eliminamos da nossa fábrica quaisquer produtos químicos que fossem nocivos aos seres humanos, 100% do que usamos tem a certificação ZDHC (Zero Discharge of Hazardous Chemicals – programa que tem o compromisso de eliminar completamente o descarte de produtos químicos perigosos no meio-ambiente). Nossa fonte de energia é 100% renovável e usamos briquetes (lenha ecológica) para a alimentação da caldeira. 
Fazemos também todo o gerenciamento de resíduos líquidos e sólidos, bem como o lixo comum. Eliminamos o uso de descartáveis no dia a dia dos colaboradores e, em busca de maior eficiência energética, substituímos toda a iluminação da fábrica por lâmpadas de LED. 
Temos também no Grupo Primor (do qual a Sprint Têxtil faz parte), a Infinity Plastics, uma autêntica recicladora que atua coletando, separando, revalorizando e finalmente reciclando grande parte do lixo plástico gerado em nossos processos industriais. Depois de processado, esse plástico é utilizado na confecção das embalagens de nossos tecidos.
Esse certamente é um caminho sem volta, estamos muito satisfeitos com esses primeiros passos que demos e a ideia é seguirmos com os desenvolvimentos de novas maneiras de estarmos cada vez mais alinhados com o nosso planeta.

 

Como você percebe a adesão destas matérias primas sustentáveis pós momento pandêmico?

Eu acredito que este caminho – e que muitos já estavam seguindo - vai crescer cada vez mais. Não mais só como um marketing, mas uma real consciência.

A pandemia tem nos mostrado lições importantes com relação a tudo o que deixamos de lado no meio ambiente para a evolução tecnológica. Percorremos um caminho importante nesse período, porém é o momento de encontrarmos um equilíbrio. O planeta precisa disso e nós do planeta.

Na minha opinião a sustentabilidade nos processos produtivos vai deixar de ser opcional para se tornar necessária para a sobrevivência de qualquer empresa, se não for pela consciência dos administradores será por uma exigência do consumidor final.

Estou feliz pela Sprint estar um passo à frente nesse caminho e por fazer parte de uma empresa com uma consciência sustentável. Isso certamente nos torna mais fortes diante de um momento tão desafiador.


Sabemos que as viagens internacionais de pesquisa a partir de agora ficam mais comprometidas, como se dava e como se dará a partir de agora o processo de pesquisa de tendências para o desenvolvimento de novos materiais?

O momento é de desafios e esse é um dos grandes que teremos que enfrentar nesse novo tempo. Até este ano fazíamos viagens anuais de pesquisa além de nos suprirmos com informações por de sites de tendências ao longo de todo o ano e do direcionamento criativo da equipe do Inspiramais - que nos dá um grande norte dos próximos passos do mercado de um modo geral. Desta “viagem” vinham nossos principais direcionamentos, principalmente com relação ao desenvolvimento de novas bases de tecido.
Agora serão novos tempos e novas formas de trabalho. Ainda não definimos exatamente como será daqui para a frente. Acredito que precisaremos de mais um tempo e mais movimentos do mercado.

O ritmo de desenvolvimento de produto de moda andava desalinhado, isso é um fato. Tínhamos clientes em todas as temporadas ao longo do ano. Uns no verão 2020, outros no inverno 2021, outros no verão 2021, quando outros ainda no inverno 2020. Na minha opinião é confuso para quem cria, quem vende e para quem compra. 

Esse momento seria uma boa oportunidade para voltarmos ao processo criativo de tempos atrás, com muito mais qualidade de criação e menos cópias. 

Não sei se isso vai ser possível. Dependemos de mais movimentos do mercado para a definição dos nossos caminhos criativos. Mas uma vontade pessoal minha certamente seria mais identidade criativa e mais confiança nos criadores. 


Vocês se utilizam de Bureau´s internacionais? Eles já se formataram de forma online?

Não utilizamos. Hoje nosso processo criativo é 100% interno. Usamos somente algumas fontes de pesquisa inspiradoras para nos ajudarem. 


Hoje a Sprint Textil importa algum tipo de base para a produção dos seus produtos?

Não. Temos orgulho em dizer que somos uma empresa 100% nacional. Todos os nossos produtos são feitos no Brasil, tanto na nossa tecelagem, quanto em alguns parceiros.

 

Qual é a sua percepção em relação a importação de produtos (bases ou tecidos). Hoje a China se vê fortemente impactada pela questão da pandemia. Por exemplo, vemos grandes escalas de produção de laminados sintéticos que o mercado brasileiro sempre importou. Você acha que pode acontecer do tecido virar uma matéria prima protagonista das próximas coleções em substituição dos laminados sintéticos ou couro? Como vocês estão se preparando para isso caso aconteça?

Eu acredito que o produto nacional vá ganhar um valor diferente daqui para a frente sim. E os tecidos podem ser protagonistas nisso, principalmente pelo fato de estarmos em um momento extremamente delicado da economia. O jeito mais eficiente de retomarmos e fazermos com que tudo volte a girar é com cada país fazendo com que seus próprios produtos circulem.

Todos estamos tendo grandes impactos. Se pudermos contar uns com os outros tudo será mais leve.

Estamos preparados para atender uma maior demanda de produtos, se assim for. Temos acabamentos especiais que podem substituir visualmente muitos desses produtos importados. Mas também dependemos de matérias primas vindas de outros países. Não acredito, e nem desejo, o fim de comércios internacionais. Acho que isso é saudável para qualquer nação. Porém, a valorização do que é feito “dentro de casa” precisa voltar a existir. 

Um mercado que olha somente para os custos não pode ser sustentável. Existem muitas outras coisas a serem avaliadas em um momento de compra e isso precisa voltar a ter valor.


Eu gostaria que você contasse um pouco a sua experiência com o Inspiramais em relação a assertividade e percepção de tendências. 

Passar a fazer parte do Inspiramais foi um grande passo para a Sprint. Somos uma empresa relativamente nova no mercado, e o Inspiramais nos abriu excelentes portas. Nos deu visibilidade – o que era a nossa intenção inicial.

O processo criativo feito com o direcionamento da consultoria nos permite ser mais assertivos. Conseguimos estar alinhados com o que o mercado quer e as possibilidades de vendas aumentam. 

Admiro o trabalho de pesquisa da equipe. São focados e seguros. Existe um trabalho sério e isso nos deixa seguros para seguir o direcionamento mesclando com as nossas possibilidades de materiais e enriquece a coleção.  



Para finalizar, na sua opinião, amanhã quando abrirmos as janelas, o que vamos ver?

Grandes desafios, além de um céu azul e limpo. Não será fácil, mas será um momento de muitas possibilidades. Hora de despertamos para o novo, enxergarmos os caminhos e trilharmos o nosso. Estou segura de que seremos maiores, mais fortes e mais justos depois desses tempos de quarentena.


CONHEÇA MAIS SOBRE A SPRINT TÊXTIL: http://sprinttextil.com.br/



Material Sprint Têxtil

AFAGO. O Inspiramais encara como suas responsabilidades inspirar e provocar o melhor nas pessoas. Fazemos isso por meio de nossos canais trazendo o que estamos chamando de AFAGO, gerando assim um sentimento coletivo de esperança e renovação de energia para construir um novo pensamento nesse cenário incerto para todos. Acompanhem nossos canais, com entrevistas como esta com a revolucionária marca VEJA/VERT, nossas Lives nas redes sociais e as principais notícias e soluções para todo o mercado coureiro calçadista, varejo e a cadeia da moda! Contem conosco!

Créditos
Redação: Carlos Lopes
Entrevista: Walter Rodrigues e Tatiana Souza

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